Paludário com nascente, cascata e riacho.

nos vimos obrigados a idealizar este paludário, após encontrarmos em um tanque que ia ser limpo, muitos girinos de uma perereca minúscula (curiosidade zoológica 66), e para isso utilizamos um aquário antigo que estava semi desativado de 68cm x 40cm x 38cm, feito em vidro blindex, e fumê nas laterais, mas que pelo tamanho serviria bem a montagem deste passo a passo.

A idéia era arquitetar um jeito de fazer uma cascata, com riacho e ainda ter uma nascente, dentro da parte alagada.

 

Materiais utilizados na estrutura basica:

1 bomba 500l/h

1 m mangueira 1/2"

1T para mangueira de 1/2"

1tubo de suporte de torre plastico furado lateralmente

pedaço de bengala de desgarga sanitaria

tijolos para calço e piso falso

sacos plastico para forrar os tijolos e restringir a área do substrato

pedacinho de sombrite para servir de filtro grosseiro na entrada do tubo grosso de retorno, e evitar a entrada de peixes ou pedrinhas

metade de um cano de pvc esgoto de 4" para servir de calha do riacho

Montando passo a passo:

 

Nesta foto acima está a parte hidráulica, note que na base da bomba há um tubo de suporte de bomba plástico, para que a coleta da água seja feita dentro do tubo de PVC branco, e este é que vai dar retorno a água que irá fluir na nascente, e pelo riacho...

 

....a bomba trabalha deitada, para diminuir a altura do nivel da água...nesta foto aparece um fundo de garrafa pet que no final foi retirado do sistema, .....

..a metade do cano de 4" foi entortada a quente, para ficar sinuosa, e então tentavamos achar um modo de que a agua que escorresese pela rocha caisse dentro da calha, para formar o riacho....essa calha foi lambuzada de cola de silicone na parte interna, e a seguir sobre a cola foi jogado o cascalho branco para grudar e esconder o pvc...

...colocando o substrato sobre um filme plástico com as bordas erguidas para evitar que a correnteza o jogue na água, e sobre ele o cascalho branco médio. Na foto abaixo o plástico colocado sob o substrato...notar bordas erguidas

....organizando as rochas e testando o nivel da água e funcionamento da cascata e nascente....

vista superior, e a água brota, na parte escura da parte de cima da rocha maior, e desce escorrendo pela rocha e é coletada em parte pela calha do riacho...

....testando a tampa, que vai ficar fechar toda parte superior e é telada em 3/5 da área, com a parte sobre a lâmpada coberta pois 2 vidros removíveis (para manutenção, pois as pererecas colocadas aqui tem os dedinhos aderentes e escalam qualquer superficie), e depois de pronto descobrimos mais uma utilidade desta tampa de vidro....por estar com a lampada sob ele, a noite os insetos, atraidos pela iluminação ficam em cima dela querendo entrar e basta remover e colocar para que entrem muitos deles, e vão servir de alimento....e por outro lado a tela mantem um ambiente umido mas não saturado, o que permite melhor desenvolvimento das plantas e mesmo das pererecas que podem escolher a seu "bel prazer", em qual teor de umidade preferem ficar

....próximo passo foi o plantio, de espécies compatíveis e outras para teste....

relação das plantas na foto abaixo

PL019 - Alternanthera sessilis

PL023 - Iresine herbstii

PA113 - Glossostigma elatinoides para carpete

PC604 - bromélia

PC609 - bromélia

PC612 - bromélia

PC615 - bromélia

PC702 - microorquídea

PC703 - microorquidea

PC709 - microorquidea

e colocamos dentro da água algumas plantas para testar quais seriam consumidas pelos girinos.que as usam como alimento, mas depois atualizamos esta parte com as plantas preferida por eles

....colocando os novos habitantes.........

colocamos umas 16 ao todo, sendo 8 já metamorfoseadas, e 8 em forma de girino, e a noite com a entrada de insetos, pela abertura rápida do vidro superior, aos poucos elas começam a sair para a caça, algumas recém transformadas ainda sem fome pois estão com reservas pela absorção das caudas, não mostram interesse pelos insetos ainda, e algumas já encontraram os espaços naturais entre as folhas das bromélias para se esconder. descobrimos uma maneira de capturar automaticamente os insetos que ficam sobre o vidro da tampa, deixando uma pequena fresta, e atraido pela lampada os insetos entram pela abertura, o que deixou mais natural ainda a funcionabilidade do paludário. Mas mesmo assim fornecemos a elas em dias alternados larvas e besouros dos besouros do amendoim e adultos e jovens de Trichorhina (ver aqui).

Para os girinos colocamos a disposição, Nitella sp.(PA272), Chara sp. (PA187), Najas indica (PA121) , e Egeria sp.(PA165), e esta também é a ordem de preferência gastronômica deles. E também suplementação com ração em pó para peixes com 65% proteina, que quando administrada os faz virarem com a boca para a superfície, e assim ficam por longo tempo.

 

27-03-07

9 dias após a montagem, e como sempre neste espaço de tempo já modificamos algumas coisas, e completamos outras que ainda não estavam terminadas....por falta de tempo...mas aos poucos as coisas vão se arrumando.

Colocamos um tronco com musgo e para teste de sobrevivência uma graminea nativa, ainda não identificada, mas que está se portando muito bem no ambiente.

é a que está a direita na foto acima, e notem 2 Scinax fuscovarius (já foi possivel identificar)dentro dos espaços das folhas da Bromélia, em detalhes na foto abaixo:

outros habitantes também sofreram metamorfose, e abaixo as fotos:

....esta é uma perereca dourada metálica, na 1ª foto logo depois de alguns dias sofrendo a metamorfose, quando elas ficam inertes sem se alimentar, notem o vazio na região abdominal, na 2ª foto no dia seguinte depois de ingerir alguns insetos (detalhe: ela está sobre uma mangueirinha dessas de ar, e assim dá para imaginar seu tamanho), e a 3ª foto depois de 2 dias se alimentando. O curioso é que no primeiro dia de caça ela só ingeriu uma pequena cigarrinha, e não se interessou por mais nada, mesmo se colocando o alimento a sua frente, o que demonstra o quanto estes animais são comedidos (às vezes) ao se alimentar.Temos 2 delas neste paludário, a outra é menor ainda.

Outra espécie habitante é essa rãzinha abaixo, na 1ª foto(2 exemplares) que ficam apenas no solo mas que demarcam um territorio meio definido para circular, e durante o dia ficam em tocas sob as rochas, e na 2ª foto uma Hyla fuscovarius, que circulam por todo paludário, mas para dormir preferem o espaço entre as folhas das bromélias.

 

achamos também um girino albino em um tanque mas não sabemos de que espécie é....foto abaixo:

e uma foto do paludário em 27-03-07 aos 9 dias de montado....

....e falta ainda idealizar uma cortina de fundo...

dia 29-03-07

....recebeu uma provável Hypsiboas faber pequena para teste de convivência.....

Foto acima em 01-05-07 (42 dias) notem que a Bromélia que era vermelha, devido a iluminação solar ausente ficou verde. E as rochas calcareas já estão hospedando expontaneamente inumeros musgos

dia 25-06-07

fotos depois de um pouco mais de 3 meses da montagem, notem que a graminha (PC662) está precisando de uma boa poda, pois praticamente fechou se esparramando por tudo.

As rochas calcáreas se cobriram todas de bryophitas e já começam a nascer hepáticas também.

Notar as rãzinhas a espera do alimento na foto acima, e depois de satisfeitas escondidas nas tocas (setas) na foto abaixo

Infelizmente, as pererecas colocadas acabaram virando alimento para as rãs, e atualmente, existem apenas 2 delas ainda resistem (até descer ao nivel da rãs)...portanto a mistura de espécies, não é uma boa receita, apesar que entre as rãs de mesmo tamanho não ocorre a predação, mesmo que de espécies diferentes...

Outro detalhe a observar, é que por ter sistema de arejamento por telas na tampa, varias plantas que não resistiriam ao exceso de umidade, sobrevivem muito bem ai, como as bromélias pequenas (típicas de locais bem secos=PC613, PC615, PC614), microorquideas (PC709, PC703) e até um cacto miniatura (PC661)estão resistindo muito bem, pois eles estão plantados em galhos que as mantem em ambiente de ar relativamente umido, mas por estarem bem acima nos galhos, que se mantem secos, encontraram perfeito habitat.

A graminha também está indo bem pois embora suas raizes estejam no solo encharcado as folhas ficam em ambiente não saturado de umidade.

Portanto para quem quiser montar paludário com bastante diversidade de plantas a experiencia aqui nos mostra que é necessário o uso de telas para evitar saturação do ambiente pela umidade.

Abaixo mais uma foto com os codigos de algumas plantas para facilitar identificação:

O projetado carpete de glossos não está conseguindo se formar porque as rãs ao se alimentar acabam puxando as mudas, o correto seria ter formado o carpete antes de colocar as rãs, mas vou testar o plantio sob plástico por algum tempo e ver se assim se formam ainda...

01-07-2009 - Mais de 2 anos após a montagem

tronco forrado de Vesicularia vesicularis

Fissidens Zollingerii cobrindo totalmente as rochas calcarias

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A rocha que abriga a cascata tambem ficou totalmente coberta de Fissidens zollingerii, pois a nascente foi feita bem no topo da rocha calcaria que fica sempre umida e com veios de água escorrendo pelos sulcos, e mantendo a rocha umida constantemente

Atualizando - foto abaixo em 25-12-2009 (27 meses apos a montagem)

Na foto não aparece todo o verde que recobre as rochas porque a foto foi feita a noite e a luz é apenas a de cima, e por isso escurece as areas sombreadas....mas as rochas calacárias estão totalmente tomadas por Fissidens e vesicularia vesicularis

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